Aiya

Magra de cabelos negros como a noite são as duas principais características de Aiya. Possui orelhas pontudas em uma aparência que lembra bastante os Elfos, embora ela não seja uma deles. Corpo magro e atlético, bastante flexível e leve. Sua pele é bastante pálida, pois geralmente usa roupas pouco reveladoras cobrindo quase todo o seu corpo.  

Para Aiya não existem muitas coisas importantes ainda em sua vida, pois muito do que possui perdeu quando era ainda muito jovem. Seus pais, os quais amava profundamente foram tirados ainda quando era muito jovem e nessa ocasião muito do que ela poderia ser se perdeu, ficando apenas gravado em sua mente o trágico acontecimento e as ultimas palavras de seu pai.

“Saiam daqui, Proteja Cersei com sua vida Aiya.”

E então tudo virou uma confusão naquele dia e apenas essa lembrança fora capaz de gravar em Aiya um forte senso de dever. Aiya cresceu junto então da pessoa que seu pai lhe pediu para proteger e esse pensamento sempre fez com que ela dedicasse tudo de si para Cersei. Seu amor, sua atenção e seus esforços, em vista disso Aiya raramente consegue se socializar com outras pessoas, ficando sempre mais atrás de Cersei de olho em tudo. É tímida e não procura muito se divertir, exibe, entretanto muita felicidade quando percebe que Cersei também está feliz, pois dentro de si cresce um sentimento de que está cumprindo o ultimo desejo de seu pai e que está deixando sua melhor amiga feliz. Embora não muito emotiva em diversos momentos Aiya é bastante emotiva e as vezes explode em algum sentimento quando o assunto trata de sua melhor amiga, principalmente a segurança desta.

Aiya costuma ser amigável com as outras pessoas, embora tímida ainda consegue desenvolver um relacionamento com alguns poucos que insistam nisso, tratando-as de forma gentil e educada, e pelo outro lado costuma ser bastante rígida e “feroz” com quaisquer pessoas que tratem mal Cersei ou que representem perigo para a jovem.

Devido também ao seu passado e ao que aconteceu a seus pais tem um ódio profundo por escravistas e junto de sua “amada” dedica-se a acabar com o mundo de injustiças atual.  

Aiya nasceu em um ambiente diferente. Nascida de “funcionários” de uma família nobre cresceu sendo criada como uma segunda “filha” dos nobres, já que a gestação de sua mãe aconteceu praticamente ao mesmo tempo que a da mãe de Cersei.

Cersei que era a primeira filha do casal de nobres se tornou logo na infância a única companhia que possuía, já que tanto sua mãe quanto pai tinham trabalho a fazer na mansão. A mãe como camareira e criada pessoal da Senhora e o pai como guarda-costas do Senhor.

Por outro lado embora fosse tratada como parte da família pelos seus senhores Aiya conhecia bem o seu lugar, já que seus pais sempre procuravam deixar isso bastante claro para ela, pois seria dela um dia a importante função de proteger a que atualmente era sua melhor amiga, Cersei.

A infância se seguia como qualquer infância de uma filha de criada “adotada” pela sua Senhora poderia ser, os anos passavam e o laço que Aiya sentia por Cersei só se fortificava, enquanto isso seu pai lhe treinava para um dia poder cumprir a função que lhe era esperado, ser a a criada, confidente, protetora, da filha dos senhores a qual no futuro possuía o direito de herdar e comandar todo o “império” do pai.

Voltando a falar um pouco de Aiya ela é um metamorfos, filha de uma longa linhagem de Metamorfos que sempre trabalhou servindo e protegendo aqueles que lhes são importantes. Foi ensinada por seu pai na arte do arco e flecha, também em como se mover sem ser vista e por sua mão aprendeu o que era ser um metamorfo e o que deveria saber sobre suas habilidades e potenciais. Aprendeu a estudar animais para que pudesse se transformar nestes quando se mostrasse necessário.

Então aos 12 anos a vida que parecia que seria tranquila mudou. Era uma viagem de negócios, a caravana já andava por cerca de dois dias e aproximava-se da hora de acampar desse segundo dia. Anoitecia rapidamente e Aiya não fazia a menor ideia de qual era o lugar em que estavam e então ouviu os cavalos relinchando apavorados e no mesmo instante seu corpo inteiro tremeu. Sem demora jogou a cabeça para fora da carruagem em que estava e ao longe foi capaz de enxergar homens armados cavalgando na direção da caravana. Ao lado, entre os homens e a carruagem onde estava havia seu pai, montado sobre um cavalo negro lustroso. As patas do cavalo acertavam o solo ansioso, conforme a imagem dos assaltantes ao longe se tornava mais nítida e seu numero mais alarmante. Aiya enxergava o olhar preocupado no rosto de seu pai que nesse momento vinha cavalgando para mais perto.

- Saiam daqui, Proteja Cersei com sua vida Aiya.
Não era uma mensagem gritada, mas sim dita com uma fria compreensão do que estava por acontecer. Depois disso tudo ficou confuso. Os pais de Cersei também iriam fugir, mas por outro caminho, mas no meio do pavor e com a pouca idade Aiya não conseguiu fazer muito melhor. Apavorada correu e consigo levou Cersei, para longe, muito longe, mais longe do que seus pés já haviam andado.

Aiya nunca soube ao certo por quantas semanas vagaram, caminharam até suas roupas se rasgarem, até seus corpos não mais aguentarem e parecerem querer se rachar, passaram sede e fome, conseguindo sobreviver pela mera sorte que parecia acompanha-las, pois quando parecia que não mais poderiam continuar um rio surgia, uma árvore cheia de frutas, ou um animal bastante idiota para passar perto o suficiente. Certa vez até um pequeno incêndio surgiu, dando as duas jovens a oportunidade de terem fogo para se aquecer após o que tinha sido um dia inteiro de chuva extenuante.

Então mais uma vez quando parecia que não mais iriam aguentar a sorte sorriu mais uma vez e foram encontradas. Haviam marchado sem rumo por dias, sem nunca ter encontrado uma viva alma. O desespero já havia tomado conta de Aiya e ela somente tinha forças para continuar pelo imenso desejo de manter Cersei viva.

Quem lhes encontrou pode ser chamado de um grupo opositor. Um grupo de pessoas que tinham assim como elas sofrido perdas terríveis em sua vida, ou eram somente simpatizantes da causa. Pessoas que haviam perdido suas fazendas, seus familiares, seus entes queridos e que agora culpavam o governante por suas perdas e por todas as desgraças que aconteciam na terra, culpavam-no por sua ausência em um momento tão critico na vida de todos e planejavam acabar com as injustiças que cobriam estas terras atuais.

Revolucionários como se chamavam, ou resistência. Na verdade não passavam atualmente de um pequeno grupo, modesto pode-se dizer. Mas que continuamente vinha recebendo apoio de mais e mais pessoas conforme a miséria, dor e devastação se instalavam em todos os lugares.

O grupo não permanecia todo junto. Agindo em vários lugares da Alegaesia, tendo sim uma base escondida, mas agindo em pequenos grupos. Firmando negócios para conseguir fundos e armas, derrubando governantes corruptos, caçando traficantes de escravos, entre outras coisas em prol do povo.

Foi com eles que as duas jovens viveram desde então. Descobriram que sua família havia na verdade sido atacada por comerciantes de escravos, e que ali muitos outros haviam com histórias parecidas.  Para Aiya a dor de perder sua família era terrível e isso só se agravava, pois ela também sentia a dor de Cersei e está parecia ainda mais profunda que a sua.

As palavras de seu pai ainda ecoavam em sua mente, aquelas que provavelmente teriam sido as ultimas palavras que ela terá ouvido vindas dele.  Proteger Cersei agora era tudo para si, desejava poder restaurar a vida da sua melhor amida e ajuda-la a conquistar tudo que desejasse e mantê-la segura e feliz.