Aka'asha Sitrissias Nahurar
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Aka'asha Sitrissias Nahurar
— Pessoal —
Nome: Aka'asha Sitrissias Nahurar
Idade: 211 anos
Altura: 2,10
Peso: 72kg
Mão predominante: Ambidestro
Sexo: Masculino
Raça: Elfo
Localização: Alagaësia - Du Weldenvarden - Ellesméra
Level: 1
Exp.: 000/100
Moedas: 150
— Atributos Primários —
Constituição: 2
Força: 1
Destreza: 6
Agilidade: 4 (+2) = 6
Inteligência: 4 (+2) = 6
Força de Vontade: 4
Carisma: 2
Percepção: 2
— Atributos Secundários —
HP: 40
Energia: 70
Dano: 4
Dano Mágico: 8
Acerto: 9
Esquiva: 7
Bloqueio: 2.5
Persuasão: 5
— Perícias —
— Arcos (Novato) - 16p (Novato)
— Caminho Mágico [Ar] - 10p (Curioso)
— Caminho Mágico [Água] - 10p (Curioso)
— Camuflagem - 16p (Novato)
— Acrobacia - 16p (Novato)
— Furtividade - 16p (Novato)
— Herbalismo - 16p (Novato)
— Aprimoramento —
Positivos:
— Evasão - 2 pontos
— Amor Verdadeiro - 1 ponto
— Ambidestro - 1 ponto
— Sentidos Aguçados [Olfato] - 2 ponto
— Sono Leve - 1 ponto
— Contatos e Aliados - 1 pontoNegativos:
- Spoiler:
Patrono: Kharãan
Descrição: Kharãan é um espírito muito antigo. Estima-se que ele surgiu antes das próprias raças. Outrora era conhecido como "O senhor das mentiras", uma entidade que gostava de se manifestar de diversas formas. Algumas deles, dizem rumores quase tão antigos quanto ele, que são atribuídas aspectos negativos até hoje, como as serpentes, as aranhas e até mesmo as raposas. De toda forma, a maioria de suas aparições registradas foram ditas como acompanhadas de seus estranhos e persuasivos olhos púrpuras.
É um mistério como Kharãan perdeu suas forças, mas o fato é que ele conseguiu manter o seu elo entre o mundo espiritual e o real. E, hoje, ele possui um pacto de sangue com Aka'asha Sitissias Nahurar, no qual lhe oferece ajuda, seja em conhecimento, seja em poder. Todavia, quanto maior o pedido, maior o seu custo. Assim, seus pedidos não são nada usuais e não são fáceis de se realizar, sendo, em sua maioria, partes de animais, vegetais e até mesmo minerais - não é preciso dizer que todos são de elementos incomuns ou raros, os quais não estranhamente podem colocar em risco a vida daquele que os procura. Entretanto, os pedidos não necessariamente se limitam a isso, sendo apenas os mais habituais. Por óbvio, quanto mais força o espírito recobra, mais excêntrico ficam os seus pedidos. E é por isso que Aka evita recorrer à sua ajuda, apesar da entidade - ou demônio, como Aka o considera - sempre tenta o elfo a recorrer a ele, tentando ludibriá-lo para ganhar os seus favores.
— Origem Trágica - 1 ponto
— Aparência Absurda - 1 ponto
— Fanático - 2 pontos
- Spoiler:
"Fanático" faz referência à devoção de Aka em descobrir a verdade. Após a primeira vez que sujou as mãos, apesar dos sentimentos conflitantes, o elfo sente que faria e fará o possível alcançar tal objetivo, o qual nubla a sua vida até hoje, mesmo que isso signifique se opor à Lasha.
— Equipamentos —
— Inventário —
Espaço total: 20 kg
Espaço ocupado: 0 kg
Espaço livre: 20 kg
— Técnicas —
— Extras —
Renome: 0
Alinhamento: 0
Photoplayer:
- Modo Normal:
- Modo Espiritual:
Aparência:
Aka possui um corpo de cor não usual, o qual está entre uma tonalidade branca e azul. Seus cabelos são prateados e seus olhos acinzentados. Tal aparência não se assemelha à dos seus pais, mas crê que ela se deve à junção de aspectos dos dois e à interferência do clima de onde cresceu, durante a sua formação. Costuma usar roupas azuis, com detalhes brancos, pois isso te lembra a Água e o Vento - os poderes que habitam em seu corpo e o legado de seus genitores. Ainda, usa diversos adereços que seus pais utilizavam, sendo estes comuns dos Acólitos da Água e do Vento.
Personalidade:
Aka é obstinado e extremamente determinado. Essa característica chega até mesmo a cegá-lo para as coisas ao seu redor, não atoa perdeu Lasha. Possui um coração que sofreu muito, de modo que possui uma fraqueza emocional quando o assunto é ser abandonado, pois sente o abandono do pai e de sua ex-esposa, além de ter se sentindo assim quando sua mãe morreu, apesar da distinta situação. Em razão disso, tenta suprir essa lacuna com a sua busca.
Como uma pessoa que teve que se virar sozinho, Aka é muito fechado para estranhos, além de comumente suspeitar das pessoas ao seu redor. Só conheceu a lealdade em relação aos seus familiares e a Lasha, sendo excepcional conquistá-la. Evita fazer amizades ou construir outros laços, pois teme que essas relações só venham a ser uma fraqueza ou uma fonte de tortura para ambos os lados, além de um atraso em sua jornada.
Não obstante, é muito reflexivo e costuma remoer o passado com bastante frequência, quando sua mente não está ocupada com algo. Sente-se culpado pelo abandono de seu pai. E, até mesmo, por não poder ter feito nada por sua mãe. Isso tudo mostra o quão, no fundo, ele é inseguro, apesar de ser um indivíduo combativo, sério e, mormente quando acuado, rude.
Ainda, como é comum aos elfos, também segue o seu caminho espiritual, o qual o ajuda a lidar com os seus problemas íntimos e clareiam a sua mente. Desse modo, a meditação não lhe é algo estranho. Por ter sido um andarilho durante muito tempo, chegou a ver e ouvir muitas coisas, de modo que não é cético quanto às coisas do mundo, tendo um moderado grau de supersticiosidade.
Suas comidas preferidas são frutas e vegetais, principalmente as maçãs e frutas vermelhas, tentando manter-se na linha do veganismo, mas devido ao seu pouco contato com a cultura da capital, quando jovem, comer carne não lhe é estranho e não lhe pesa a consciência. Todavia, após se casar com Lasha e mudar para Ellesméra, tentou se habituar a tal cultura, possuindo um quê dela. Em contrapartida, não gosta de nenhuma outra bebida que não água, sucos de frutas silvestres e vinho élfico, desgostando de outras bebidas alcoólicas e humanas, como leite.
História:Como uma pessoa que teve que se virar sozinho, Aka é muito fechado para estranhos, além de comumente suspeitar das pessoas ao seu redor. Só conheceu a lealdade em relação aos seus familiares e a Lasha, sendo excepcional conquistá-la. Evita fazer amizades ou construir outros laços, pois teme que essas relações só venham a ser uma fraqueza ou uma fonte de tortura para ambos os lados, além de um atraso em sua jornada.
Não obstante, é muito reflexivo e costuma remoer o passado com bastante frequência, quando sua mente não está ocupada com algo. Sente-se culpado pelo abandono de seu pai. E, até mesmo, por não poder ter feito nada por sua mãe. Isso tudo mostra o quão, no fundo, ele é inseguro, apesar de ser um indivíduo combativo, sério e, mormente quando acuado, rude.
Ainda, como é comum aos elfos, também segue o seu caminho espiritual, o qual o ajuda a lidar com os seus problemas íntimos e clareiam a sua mente. Desse modo, a meditação não lhe é algo estranho. Por ter sido um andarilho durante muito tempo, chegou a ver e ouvir muitas coisas, de modo que não é cético quanto às coisas do mundo, tendo um moderado grau de supersticiosidade.
Suas comidas preferidas são frutas e vegetais, principalmente as maçãs e frutas vermelhas, tentando manter-se na linha do veganismo, mas devido ao seu pouco contato com a cultura da capital, quando jovem, comer carne não lhe é estranho e não lhe pesa a consciência. Todavia, após se casar com Lasha e mudar para Ellesméra, tentou se habituar a tal cultura, possuindo um quê dela. Em contrapartida, não gosta de nenhuma outra bebida que não água, sucos de frutas silvestres e vinho élfico, desgostando de outras bebidas alcoólicas e humanas, como leite.
Aka'asha Sitrissias Nahurar - "Aquele que sopra a geada", na linguagem elfica. Nascido na montanha de Blahr Dû-Ahar - "O Cume dos Ventos Nevados", nas Cordilheiras ao oeste das terras de Surda. Filho único de Yuma'asha Sitrissias - "Aquele que sopra o vento" e Mirae'asha Nahurar - "Aquela que acalma as águas".
Após viverem uma vida agitada e de perseguição, Yuma, um Elfo Acólito do Vento e Mirae, uma elfa Acólita da Água, se refugiaram no Cume dos Ventos Nevados, onde estavam a salvo das asas da desolação que taparam o sol que brilhava em suas vidas. A gélida montanha lhes oferecia proteção contra Tendras'cski - "A chama que não se apaga", um pavoroso Dragão Vermelho Ancião que os perseguia, devido à linha de sangue de Mirae e uma antiga profecia. Fez recair uma maldição sobre os ancestrais da elfa, a qual limitava a vida deles até os trezentos anos. E assim seria com todo Acólito da Água.
O casal levava a vida assim, de cidade em cidade, de viela em viela, sempre fugindo, sempre temendo. Mirae já estava ao final de seu tempo de vida, segundo a maldição que possuía. Os sinais já começavam a percorrer o seu corpo, com manchas carmesim surgindo por toda a sua pele. Foi quando Yuma a convenceu a se retirar para o Cume dos Ventos Nevados, onde a lenda dizia que habitava uma Dragonesa Anciã, Wadras'cska - "A nevasca que não para". Contavam as antigas histórias que os dragões já foram amantes, mas se separaram a milhares de anos, por motivos desconhecidos. Tiveram uma briga brutal, a qual incendiou florestas e derrubou montanhas, contam os bardos. Ao final, cada um se retirou para um esconderijo, onde recuperavam as suas forças. Após, nunca mais brigaram, mas ainda nutririam uma imensa raiva do outro, de modo que não poderiam se encontrar, jamais. É tudo que se sabe sobre os dois, ainda com tantas incertezas.
Sem muitas opções, encurralados pelo ódio do imperador, o casal apaixonado se escondeu nas montanhas, onde nunca mais foram incomodados. Talvez os rumores fossem verdade. Ali, nos últimos anos de vida de Mirae, os pombinhos tiveram a vida que nunca puderam desfrutar. Uma vida de paz e harmonia, apesar das dificuldades em se adaptar ao novo ambiente. De toda forma, eram fortes e instruídos nos caminhos mágicos, o que tornou tudo mais fácil. Nestes tempos de alegria e amor, nasceu Aka'asha Sitrissias Nahurar; ou melhor, Aka.
Seus pais nunca pensaram que conheceriam tamanha felicidade após a vida ter-lhes negado tanto. Talvez os velhos adágios elficos, recitados pelos anciãos, estivessem certos: "A vida só tira para dar". Era assim que Mirae pensava, já tendo aceitado a morte, em razão da maldição. Porém, Yuma pensava de forma completamente distinta; achava uma completa bobagem. Talvez não aceitasse que a sua amada morreria; talvez fosse mais sábio que os anciãos de Ellésmera, onde nasceram. Ao crescer, Aka não tinha dúvidas que a primeira opção era a correta.
Antes disso, no entanto, Aka passou por muita coisa. Muitos momentos felizes, ao lado dos dois. Toda a história miserável de seus pais foi escondida dele, pelo bem da sua nutrição - era o que pensavam. Até que chegou o fatídico dia em que o sangue de Mirae já não pulsava mais. Aos oitenta anos, Aka chorou pela terceira vez. Aos oitenta e um, brigou com o seu pai pela primeira vez - e, também, a última.
Hoje, Aka pensa que o seu pai se arrepende do que fez. Era um homem bom. Muito bom. Havia cuidado dele como se fosse um presente enviado pelos deuses. Todavia, após a morte de Mirae, o estado de Yuma foi deteriorando mentalmente. O elfo chegou a emagrecer, ao ponto da pele grudar aos ossos. Era a chama que jamais se apaga que lhe consumia. Um bom homem, ninguém mudaria o seu pensamento; fraco de espírito, da mesma forma, é convicto. Esta a imagem que lhe restou de seu pai, o qual lhe abandonou em razão do desespero.
Aos cento e sessenta anos, Aka pisou em Ellesméra pela primeira vez. Lá, conheceu Lasha'asha Tryagahar - "Aquela que vive às estações", uma elfa incrivelmente única - era a sua visão sobre ela. Conheceram-se casualmente, enquanto Aka refletia sobre a sua vida, sentado sobre o galho de uma das milhares de árvores que cingem a capital élfica. Lasha era uma menina curiosa e perceptível, sabia usar das palavras como ninguém - para curar e machucar; está gravado em sua memória. Aka sempre olhava para o mesmo lugar, para o fundo da floresta, todos percebiam isso. Pensavam que ele esperava alguma coisa de lá, mas só Lasha percebia que Aka passava incontáveis dias ali, sentindo os aromas das coisas, esperando não algo, mas alguém. "Você respira como se lhe faltasse algo. Está sempre olhando para o fundo da floresta, mas sempre atento a quem passa, analisando meticulosamente cada um. Isso me incomoda" - foi a frase que a elfa disse ao sentar-se ao seu lado.
A partir desse dia, essa cena se repetiu diversas vezes e, aos poucos, os elfos foram se conhecendo. Vinte e cinco anos se passaram e os dois noivaram, aos cento e oitenta e cinco anos de idade; Lasha, por sua vez, era apenas quatro anos mais nova. Foram quinze anos de noivado; quinze anos inebriados por uma felicidade que cegava. Naquele tempo, Lasha sabia que o conhecia por completo; mas também sabia que daqui a cinco, talvez um ano, poderia não conhecê-lo mais. Reconhecia que Aka tinha uma jornada tortuosa pela frente. E, como jurou, estaria ao seu lado, mesmo nos piores momentos. Estava preparada, era o que pensava.
No 201º aniversário de Aka, tudo mudou. Chegou-lhe aos ouvidos a notícia que mudaria a sua vida. Yuma'asha Sitrissias estava vivo. Ou quase isso. Eis a carta que recebera:
O restante? O restante não chegara às suas mãos. Foi por esse motivo que Aka sujou as suas mãos de sangue inocente pela primeira vez. Ler a carta fez seu estômago revirar. A esperança da reconquista; a angústia do incerto; a felicidade que a imaginação lhe dava por suprir uma ausência; o temor da verdade; tudo se juntou em um pandemônio de emoções que lhe cegaram. Investigando tudo por conta própria, Aka rastreou o paradeiro da carta e assassinou um elfo mais novo. Não era o que queria; não era o que esperava, mas foi assim que aconteceu. Ao final das contas, restava um corpo ensanguentado à sua frente, penetrado com uma flecha no pescoço. E, também, uma bolsa cheia de cartas - agora molhadas de sangue. E nenhuma era a que procurava.
Era como diziam: "para tudo se tem uma primeira vez". E, da mesma forma, para tudo havia uma última vez. Foi assim que Aka e Lasha se separaram. Irreconhecível, foi como Lasha definiu Aka após este evento. Aka não pensava que havia mudado tanto, senão pela fardo que lhe atormentava. Era o mesmo de sempre; mas agora, em busca da verdade. E esta busca solitária já estava em seu décimo ano.
Dez anos que Lasha havia o abandonado e seguido o seu próprio caminho. Desde então, Aka não teve notícias de seu paradeiro, apesar de manter uma busca em paralelo sobre ela - ainda que seja sua segunda prioridade. A despedida havia sido amarga, com palavras fortes e uma promessa de os dois nunca mais poderiam ficar juntos novamente. Entretanto, Aka ainda nutre fortes sentimentos por ela.
[...]
Como um bom elfo, Aka encontrou nos arcos um caminho para suprir a sua deficiência de força física e otimizar as suas qualidades naturais. A primeira vez que disparou um arco, no entanto, foi aos seus quarenta anos. Yuma ainda segurava em seus braços, a fim de deixá-los na posição correta, quando o alvo não passava de uma maçã em cima de um toco.
De toda forma, essa primeira experiência abriu caminho para Aka seguir este caminho quando teve que começar a se virar sozinho. Após ter sido deixado pelo seu pai, o elfo teve que se virar para conseguir a sua comida, aprendendo a caçar. Dessa forma, desenvolveu um bom sentido para o uso da arma. Foi por meio da caça e da necessidade de sobrevivência que, a grosso modo, desenvolveu as suas habilidades acrobáticas, furtivas, de camuflagem e de reconhecimento de ervas. Tudo isso foi arduamente conquistado, por meio da tentativa e erro; do sofrimento e da angústia que a fome lhe dava, em todas as suas falhas.
Aka viveu algumas décadas assim, como um andarilho, sem nunca conseguir muito. Entre suas idas e vindas, estas mais recentes, descobriu que herdou um pouco da aptidão de seus pais. Independentemente de onde estivesse, ali restava um pouco deles em si. Os poderes do Ar e da Água, reunidos em um corpo só. Foi por meio da bruxa Yaga, a qual reside em seu esconderijo, situado no extremo leste de Du Weldenvarden, que soube que tais poderosos mágicos fluíam em seus meridianos. Foi um encontro infortuito, no qual a bruxa selou o pacto entre Aka e Kharãan - não se sabe o que ele é, mas Yaga contou-lhe que é uma entidade espiritual antiga, muito antiga, a qual perdeu a sua força e, hoje, se esforça para manter sua existência; ao menos, é o que ela diz.
[...]
E, hoje, ele continua a sua jornada, como andarilho e mercenário, em busca da verdade, mesmo que isso signifique se opor àqueles que ama.
Após viverem uma vida agitada e de perseguição, Yuma, um Elfo Acólito do Vento e Mirae, uma elfa Acólita da Água, se refugiaram no Cume dos Ventos Nevados, onde estavam a salvo das asas da desolação que taparam o sol que brilhava em suas vidas. A gélida montanha lhes oferecia proteção contra Tendras'cski - "A chama que não se apaga", um pavoroso Dragão Vermelho Ancião que os perseguia, devido à linha de sangue de Mirae e uma antiga profecia. Fez recair uma maldição sobre os ancestrais da elfa, a qual limitava a vida deles até os trezentos anos. E assim seria com todo Acólito da Água.
O casal levava a vida assim, de cidade em cidade, de viela em viela, sempre fugindo, sempre temendo. Mirae já estava ao final de seu tempo de vida, segundo a maldição que possuía. Os sinais já começavam a percorrer o seu corpo, com manchas carmesim surgindo por toda a sua pele. Foi quando Yuma a convenceu a se retirar para o Cume dos Ventos Nevados, onde a lenda dizia que habitava uma Dragonesa Anciã, Wadras'cska - "A nevasca que não para". Contavam as antigas histórias que os dragões já foram amantes, mas se separaram a milhares de anos, por motivos desconhecidos. Tiveram uma briga brutal, a qual incendiou florestas e derrubou montanhas, contam os bardos. Ao final, cada um se retirou para um esconderijo, onde recuperavam as suas forças. Após, nunca mais brigaram, mas ainda nutririam uma imensa raiva do outro, de modo que não poderiam se encontrar, jamais. É tudo que se sabe sobre os dois, ainda com tantas incertezas.
Sem muitas opções, encurralados pelo ódio do imperador, o casal apaixonado se escondeu nas montanhas, onde nunca mais foram incomodados. Talvez os rumores fossem verdade. Ali, nos últimos anos de vida de Mirae, os pombinhos tiveram a vida que nunca puderam desfrutar. Uma vida de paz e harmonia, apesar das dificuldades em se adaptar ao novo ambiente. De toda forma, eram fortes e instruídos nos caminhos mágicos, o que tornou tudo mais fácil. Nestes tempos de alegria e amor, nasceu Aka'asha Sitrissias Nahurar; ou melhor, Aka.
Seus pais nunca pensaram que conheceriam tamanha felicidade após a vida ter-lhes negado tanto. Talvez os velhos adágios elficos, recitados pelos anciãos, estivessem certos: "A vida só tira para dar". Era assim que Mirae pensava, já tendo aceitado a morte, em razão da maldição. Porém, Yuma pensava de forma completamente distinta; achava uma completa bobagem. Talvez não aceitasse que a sua amada morreria; talvez fosse mais sábio que os anciãos de Ellésmera, onde nasceram. Ao crescer, Aka não tinha dúvidas que a primeira opção era a correta.
Antes disso, no entanto, Aka passou por muita coisa. Muitos momentos felizes, ao lado dos dois. Toda a história miserável de seus pais foi escondida dele, pelo bem da sua nutrição - era o que pensavam. Até que chegou o fatídico dia em que o sangue de Mirae já não pulsava mais. Aos oitenta anos, Aka chorou pela terceira vez. Aos oitenta e um, brigou com o seu pai pela primeira vez - e, também, a última.
Hoje, Aka pensa que o seu pai se arrepende do que fez. Era um homem bom. Muito bom. Havia cuidado dele como se fosse um presente enviado pelos deuses. Todavia, após a morte de Mirae, o estado de Yuma foi deteriorando mentalmente. O elfo chegou a emagrecer, ao ponto da pele grudar aos ossos. Era a chama que jamais se apaga que lhe consumia. Um bom homem, ninguém mudaria o seu pensamento; fraco de espírito, da mesma forma, é convicto. Esta a imagem que lhe restou de seu pai, o qual lhe abandonou em razão do desespero.
Aos cento e sessenta anos, Aka pisou em Ellesméra pela primeira vez. Lá, conheceu Lasha'asha Tryagahar - "Aquela que vive às estações", uma elfa incrivelmente única - era a sua visão sobre ela. Conheceram-se casualmente, enquanto Aka refletia sobre a sua vida, sentado sobre o galho de uma das milhares de árvores que cingem a capital élfica. Lasha era uma menina curiosa e perceptível, sabia usar das palavras como ninguém - para curar e machucar; está gravado em sua memória. Aka sempre olhava para o mesmo lugar, para o fundo da floresta, todos percebiam isso. Pensavam que ele esperava alguma coisa de lá, mas só Lasha percebia que Aka passava incontáveis dias ali, sentindo os aromas das coisas, esperando não algo, mas alguém. "Você respira como se lhe faltasse algo. Está sempre olhando para o fundo da floresta, mas sempre atento a quem passa, analisando meticulosamente cada um. Isso me incomoda" - foi a frase que a elfa disse ao sentar-se ao seu lado.
A partir desse dia, essa cena se repetiu diversas vezes e, aos poucos, os elfos foram se conhecendo. Vinte e cinco anos se passaram e os dois noivaram, aos cento e oitenta e cinco anos de idade; Lasha, por sua vez, era apenas quatro anos mais nova. Foram quinze anos de noivado; quinze anos inebriados por uma felicidade que cegava. Naquele tempo, Lasha sabia que o conhecia por completo; mas também sabia que daqui a cinco, talvez um ano, poderia não conhecê-lo mais. Reconhecia que Aka tinha uma jornada tortuosa pela frente. E, como jurou, estaria ao seu lado, mesmo nos piores momentos. Estava preparada, era o que pensava.
No 201º aniversário de Aka, tudo mudou. Chegou-lhe aos ouvidos a notícia que mudaria a sua vida. Yuma'asha Sitrissias estava vivo. Ou quase isso. Eis a carta que recebera:
Amado Aka,
Perdoe-me pelo que fiz. Perdoai este pai egoísta que sequer lhe pode contar os motivos pelo que fez. Por muitos anos eu fugi, antes mesmo de você nascer. Se agora fujo é porque foi o que sempre fiz; o que aprendi. Não me orgulho, pois esta sina tormenta não só a mim, mas também a ti... soube, soube por ter me aproximado, mas não tive a coragem de lhe tocar. Evitei até mesmo te olhar - pois com que face poderia ver os seus olhos acinzentados sem me revelar? Sem cair em lágrimas?
Hei de dar um fim a tudo isso. Um fim à esta agonia; esta dor; a injustiça que sempre nos atormentou. Falo de sua mãe, Mirae'asha Nahurar. Está na hora de você conhecer toda a verdade, talvez, assim, eu possa ao menos diminuir a justa amargura que sente por seu covarde pai.
[...]
O restante? O restante não chegara às suas mãos. Foi por esse motivo que Aka sujou as suas mãos de sangue inocente pela primeira vez. Ler a carta fez seu estômago revirar. A esperança da reconquista; a angústia do incerto; a felicidade que a imaginação lhe dava por suprir uma ausência; o temor da verdade; tudo se juntou em um pandemônio de emoções que lhe cegaram. Investigando tudo por conta própria, Aka rastreou o paradeiro da carta e assassinou um elfo mais novo. Não era o que queria; não era o que esperava, mas foi assim que aconteceu. Ao final das contas, restava um corpo ensanguentado à sua frente, penetrado com uma flecha no pescoço. E, também, uma bolsa cheia de cartas - agora molhadas de sangue. E nenhuma era a que procurava.
Era como diziam: "para tudo se tem uma primeira vez". E, da mesma forma, para tudo havia uma última vez. Foi assim que Aka e Lasha se separaram. Irreconhecível, foi como Lasha definiu Aka após este evento. Aka não pensava que havia mudado tanto, senão pela fardo que lhe atormentava. Era o mesmo de sempre; mas agora, em busca da verdade. E esta busca solitária já estava em seu décimo ano.
Dez anos que Lasha havia o abandonado e seguido o seu próprio caminho. Desde então, Aka não teve notícias de seu paradeiro, apesar de manter uma busca em paralelo sobre ela - ainda que seja sua segunda prioridade. A despedida havia sido amarga, com palavras fortes e uma promessa de os dois nunca mais poderiam ficar juntos novamente. Entretanto, Aka ainda nutre fortes sentimentos por ela.
[...]
Como um bom elfo, Aka encontrou nos arcos um caminho para suprir a sua deficiência de força física e otimizar as suas qualidades naturais. A primeira vez que disparou um arco, no entanto, foi aos seus quarenta anos. Yuma ainda segurava em seus braços, a fim de deixá-los na posição correta, quando o alvo não passava de uma maçã em cima de um toco.
De toda forma, essa primeira experiência abriu caminho para Aka seguir este caminho quando teve que começar a se virar sozinho. Após ter sido deixado pelo seu pai, o elfo teve que se virar para conseguir a sua comida, aprendendo a caçar. Dessa forma, desenvolveu um bom sentido para o uso da arma. Foi por meio da caça e da necessidade de sobrevivência que, a grosso modo, desenvolveu as suas habilidades acrobáticas, furtivas, de camuflagem e de reconhecimento de ervas. Tudo isso foi arduamente conquistado, por meio da tentativa e erro; do sofrimento e da angústia que a fome lhe dava, em todas as suas falhas.
Aka viveu algumas décadas assim, como um andarilho, sem nunca conseguir muito. Entre suas idas e vindas, estas mais recentes, descobriu que herdou um pouco da aptidão de seus pais. Independentemente de onde estivesse, ali restava um pouco deles em si. Os poderes do Ar e da Água, reunidos em um corpo só. Foi por meio da bruxa Yaga, a qual reside em seu esconderijo, situado no extremo leste de Du Weldenvarden, que soube que tais poderosos mágicos fluíam em seus meridianos. Foi um encontro infortuito, no qual a bruxa selou o pacto entre Aka e Kharãan - não se sabe o que ele é, mas Yaga contou-lhe que é uma entidade espiritual antiga, muito antiga, a qual perdeu a sua força e, hoje, se esforça para manter sua existência; ao menos, é o que ela diz.
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E, hoje, ele continua a sua jornada, como andarilho e mercenário, em busca da verdade, mesmo que isso signifique se opor àqueles que ama.
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