Green Mark — Mini-Aventura

Roxamaru andava próximo ao porto de Teirm. O cheiro de peixe e frutos do mar era forte e o som das ondas enchiam seus ouvidos. Também ouvia gritos, enquanto os mercadores ofertavam seus produtos e tentavam ganhar o pão daquele dia.

Cerca de dez embarcações estavam ancoradas no porto e uma se afastava lentamente, devia ter desembarcado a uns dez minutos, no máximo. Em todas as outras, marujos subiam e desciam com a carga. Alguns abasteciam, enquanto outros faziam o oposto, preparando seus respectivos navios para mais uma viajem.

Num bar ali próximo, marujos aproveitavam seu tempo livre na cidade para beberem e jogarem dados ou algum outro jogo de azar, gritando a plenos pulmões ou cantando músicas sem motivo aparente. Pareciam velhos amigos, embora alguns tivessem se conhecido naquele mesmo dia.

Kali, por sua vez, encontrava-se no meio da multidão, desapercebido pela maioria e em busca de grana. Suas opções eram vastas, desde um trabalho duro, como carregar um navio, até um trabalho fácil, como achar algumas carteiras perdidas por ai. A questão é, o que o garoto faria?

Roxamaru decidiu não ir para o lado negro da força e, ao invés de tentar conseguir dinheiro fácil, resolveu ajudar os marujos de um dos navios e ser recompensado com o seu trabalho árduo.

Entretanto, enquanto andava distraído até o homem que parecia ser o responsável daquele grande navio negro, esbarrou por acidente em um dos marujos e fez com que o mesmo derrubasse a caixa que portava. Um alto creak foi ouvido, revelando que o conteúdo daquela caixa não estava mais em perfeitas condições. O responsável, aquele que Kali se dirigia, balançou a cabeça e, com voz firme, disse:

— Vou descontar na sua conta, Ramus!

Ramus, por sua vez, olhou com incredibilidade para seu superior e, logo em seguida, com uma ira profunda para o jovem Roxamaru. Ramus deu um forte empurrão no ladino, afastando-o uns 2 metros de si e quase o derrubando.

— Você me pagará por isso!

O marujo levantou seus punhos, pronto para a batalha. Várias pessoas começaram a se aproximar, esperando para ver a luta que se seguiria. Kali, por sua vez, não estava com dinheiro, para pedir desculpas, nem com sua arma, para assustar seu oponente. Iria enfrentar Ramus apenas com suas mãos ou usaria de táticas diferentes?

Roxamaru desferia um soco em seu oponente, mas o mesmo desviava com facilidade e revidava com outro soco. O ladino conseguia evitar indo para a sua esquerda, mas Ramus já esperava por isso e acertou o Kali com um chute baixo, derrubando-o. A pequena multidão ao redor gritou em excitação.

— É só disso que você pe capaz! — Debochava o marujo.

Roxamaru aproveitava a sua posição para girar o seu corpo e atingir as pernas do oponente. Ramus viu o golpe vindo e tentou pular, mas foi atingido mesmo assim e, embora não tenha caído, perdeu o equilíbrio e deu alguns passos para trás. Foi tempo suficiente para Rox se levantar.

O marujo avançava e tentava acertar uma direta de direita, que pegava de raspão no rosto do ladino, deixando uma marca avermelhada. Kali, por sua vez, apoiava seu peso na perna esquerda e levantava a direita num movimento circular, atingindo em cheio as costelas do marujo.

O jovem encrenqueiro dava alguns passos para trás com uma expressão de dor e a mão direita sobre o local que recebera o chute. — Desgraçado! — Dizia ele, enquanto algumas pessoas assobiavam e começavam a gritar o nome do ladino.

O ladino avançava e acertava seu oponente no rosto com um chute, usando a sola do seu sapato negro. Ramus desandava para trás, enquanto Kali atacava novamente, desta vez com um soco, acertando o queixo do marujo. O impacto foi forte o suficiente para fazer o cérebro do garoto chacoalhar e ele caiu sentado no chão, sem equilíbrio e quase sem consciência.

Algumas pessoas aplaudiram o ladino, enquanto outras assobiavam. Mas logo eles se afastaram, principalmente quando os guardas aparecerem para levar os dois à cadeia.